Qualquer central nuclear pode estar sujeita à ocorrência de acidentes graves, motivados por falhas técnicas e/ou erros humanos, com a libertação de grandes quantidades de radioactividade para o meio ambiente. Segundo um recente estudo alemão - "Estudo sobre os riscos das centrais nucleares – Fase B" - uma central nuclear na Alemanha, em actividade há 40 anos, apresenta uma probabilidade de 0,1 % de ocorrência de um acidente nuclear grave. Na União Europeia existem mais de 150 centrais nucleares em actividade. Desta forma, a probabilidade de ocorrência, a médio prazo, de graves acidentes nucleares na Europa é de 16 %. Esta estimativa corresponde às hipóteses de se obter o nº 6 logo no primeiro lançamento de um dado equilibrado. Em todo o mundo existem cerca de 440 centrais nucleares em actividade. Assim sendo, a probabilidade de ocorrerem estes acidentes no mundo, dentro de 40 anos, situa-se na ordem dos 40 %. A catástrofe nuclear de Chernobyl provou, então, que um acidente nuclear desta dimensão pode originar milhares de mortos.
A indústria nuclear reconhece que não é possível substituir carvão, petróleo e gás natural por centrais nucleares. Para se substituir apenas 10 % destas energias fósseis, até ao ano 2050, seria necessário construir 1000 centrais nucleares novas. O tempo de construção destas centrais demoraria várias décadas – caso fossem exequíveis – e as reservas de urânio esgotar-se-iam num curto espaço de tempo. Conforme apontam vários cenários para a energia mundial, a solução para os problemas climatéricos estará nas energias renováveis e nas técnicas eficientes de fornecimento de energia. As necessidades energéticas mundiais podem ser, então, satisfeitas através de um conjunto de estruturas como as centrais solares térmicas e fotovoltaicas, as eólicas, as hidroeléctricas e as mais diversas formas de aproveitamento de biomassa. Para se conseguir diminuir, as mesmas, é necessário utilizar-se tecnologias económicas aquando da produção de energia. A rápida expansão de uma economia mundial baseada na indústria solar é um importante passo no impedimento de conflitos relacionados com a escassez de matérias-primas, como o petróleo, o gás natural e o urânio. Assim, o desenvolvimento deste sector estará, também, na origem de milhões de novos postos de trabalho.
Concluímos, então, que a energia nuclear não tem capacidade para resolver os problemas climáticos com que, diariamente, nos deparamos. Mesmo que investíssemos nesta indústria, todos os nossos recursos estariam condicionados pelo potencial limitado desta energia e pelos seus elevados custos de produção. Assim, as alternativas disponíveis, como a energia proveniente das fontes renováveis, e, em particular, as medidas de economia de energia, representam investimentos muito menos arriscados à escala global e, principalmente, são mais eficazes face à crise que o mundo enfrenta.
Fonte: “The Greens - European Free Alliance”
http://www.greens-efa.org/cms/topics/dokbin/198/198443.pdf
[28-04-09]
Olga Joana Miguel (:
2 comentários:
Gosto de ler opiniões contrárias às que tenho defendido. No entanto a senhora ou senhor que inspirou o teu post deveria ter aulas com a tua professora de matemática.
Rezo a Deus para que não cheguemos às 1000 centrais nucleares pois, nesse caso, vamos ter 100% de possibilidades de acontecer um desastre.
Há gente maravilhosa nas contas. Ora uma central tem 0,1% de possibilidades de rebentar. Logo 160 centrais terão, todas juntas, 16%.
Comovente...
O documento que anexaste tem perspectivas muito sólidas sobre o NÃO ao nuclear, sustentado num dos seus grupos políticos mais activos e representativos.
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